Em resposta às declarações do ministro LuĂs Roberto Barroso , do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério da Defesa informou na noite deste domingo que "repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas" de que as Forças Armadas "teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrĂĄrias aos princĂpios da democracia".
"Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidĂȘncia de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsĂĄvel e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições", diz trecho da nota, assinada pelo ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
Em seminĂĄrio promovido por uma universidade alemã, Barroso disse mais cedo que vĂȘ as Forças Armadas sendo orientadas para atacar o processo eleitoral. Ele também afirmou que o Brasil é um dos paĂses que testemunham a ascensão do populismo autoritĂĄrio e relembrou episódios como o desfile de tanques na Esplanada dos Ministérios e os ataques do presidente Jair Bolsonaro às urnas eletrônicas. Segundo Barroso, existe uma tentativa de levar as Forças Armadas ao "varejo da polĂtica". Para ele, é importante que os comandantes militares evitem esse tipo de contaminação.
No ano passado, em meio à pressão do presidente Jair Bolsonaro, que atacava sem provas a segurança das urnas eletrônicas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que era presidido por Barroso, convidou representantes das trĂȘs Forças para participarem do processo de fiscalização das urnas. Na nota divulgada neste domingo, o Ministério da Defesa destacou que as Forças Armadas aceitaram o convite "republicanamente" e "apresentaram propostas colaborativas, plausĂveis e exequĂveis"
O ministério destacou ainda que as Forças Armadas tĂȘm a "ampla confiança da sociedade", o que é demonstrado por pesquisas e pelo contato regular dos militares com a população. Ressaltou também que elas tĂȘm "uma história de séculos de dedicação a bem servir à PĂĄtria e ao Povo brasileiro, quer na defesa do PaĂs, quer na contribuição para o desenvolvimento nacional e para o bem-estar dos brasileiros".
E concluiu a nota dizendo: "Assim, o prestĂgio das Forças Armadas não é algo momentâneo ou recente, ele advém da indissolĂșvel relação de confiança com o Povo brasileiro, construĂda junto com a própria formação do Brasil."
Fonte: IG