Segundo filha da vítima, não foram feitos exames específicos e mãe foi liberada mesmo apresentando quadro grave de pressão alta. Iges não se manifestou. Mulher morre após ser atendida na UPA do Núcleo Bandeirante, no DF
Uma mulher de 53 anos morreu após receber alta na UPA do Núcleo Bandeirante, no Distrito Federal, no domingo (26). A família de Ivanildes Mendes Pires denuncia negligência (veja vídeo acima). O caso se soma a uma série de registros de mortes na rede pública da capital (veja detalhes abaixo).
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Segundo a filha da vítima, Jéssica Kionara, não foram feitos exames específicos e a mãe foi liberada mesmo apresentando quadro grave de pressão alta. Ela conta que Ivanildes deu entrada na unidade de madrugada, com fortes dores na cabeça.
"Ela chegou com pico de pressão altíssimo e, nesse caso, ela foi medicada. Ficamos em observação, mas ela ainda teve alta com a pressão altíssima, de 15 por 8. [...] Tudo bem se eles não tivessem estrutura, tivessem encaminhado, não descartassem a possibilidade de um ataque cardíaco. Não fizeram nenhum eletrocardiograma, nenhuma tomografia. Então assim, o descaso existiu", diz Jéssica.
A TV Globo acionou o IgesDF, que administra a UPA, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.
No boletim de ocorrência registrado pela família de Ivanildes na Polícia Civil, consta que a mulher saiu da unidade por volta das 7h30 de domingo e que, horas depois, em casa, apresentou quadro de vômitos, perdeu a consciência e morreu.
Ivanildes Mendes Pires morreu aos 53 anos
Reprodução
Ainda de acordo com ocorrência, foi acionado o socorro do SAMU, que tentou reanimação por 41 minutos, mas Ivanildes não resistiu. A família embarcou na terça-feira (28) para Teresina, no Piauí, onde o corpo da mulher de 53 anos será enterrado.
Caos na saúde
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Além de Ivanildes, pelo menos seis pessoas morreram, no período de um mês. As famílias alegam negligência da rede pública de saúde do DF.
Na segunda-feira (27), deputados distritais apresentaram um requerimento que pede a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigação das "falhas de atendimento e de gestão da saúde pública no DF desde a criação do IGES".
O Instituto de Gestão Estratégica em Saúde (Iges) é responsável pela administração das Upas, do Hospital de Base, do Hospital Regional de Santa Maria e do contrato com ambulâncias terceirizadas.
Ainda na segunda-feira, em suas redes sociais, o governador Ibaneis Rocha (MDB) anunciou que autorizou a contratação imediata de 492 novos servidores da saúde sendo 221 técnincos de enfermagem, 122 enfermeiros e 149 médicos. Na sexta-feira (24), porém, Ibaneis havia se negado a comentar os casos de mortes na rede pública após questionamento da TV Globo (veja vídeo acima).
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